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Dormi trinta horas com o Flango-Flito


Muitas pessoas aturdidas com as situações que lhes impuseram através de inverdades transmitidas pela mídia ao longo dessa turbulência, pararam e me fizeram um pedido:

- Tia, cuida do carro pra mim. Vou fazer o “TESTE”

Bem... Trabalho como guardadora de veículos em frente à uma farmácia a qual faz teste para diversos tipos de problemas de saúde. Também aplicam como é comum em farmácias, vacinas para uma infinidade de doenças e não raro as pessoas estacionam seus veículos, me pagam para que eu cuide, pois é meu atual ganha-pão e repetem a frase citada acima. E eu o faço com muito carinho.

Guardadora de Veículos e amo o que faço!

Lido com pessoas novas todos os dias e muitas, vejo mais de uma vez.

Já trabalhei atrás de uma mesa, vestida socialmente, tipo: vestido justo, terninho e salto alto. Make no ponto e cabeleireiro em dia. Sempre dediquei todo meu Eu, sempre dei o meu melhor em tudo que fiz nessa vida. Se errei, e errei muito com certeza, foi na tentativa de acertar.

Hoje, não é diferente. Dedico todo meu amor por tudo que faço e vejo que me é dado reciprocidade.
Às vezes brinco, dizendo que se eu recebesse 10 reais por cada carinho recebido eu enriqueceria duas vezes mais, pois já me sinto privilegiada com o que recebo sempre que eu as reencontro.

Mas, também não estou ilesa de receber pessoas soberbas que muitas vezes mal humoradas, nem me cumprimentam. E quando vejo que um “bom dia" custa muito, eu as levo no Banho-Maria.

É difícil, mas eu entendendo esse lado social e só é recíproco da minha parte o lado bom do ser humano. Quando sinto que não tem brecha, não adentro e saio de mansinho. Assim evito em muito as situações constrangedoras.

Mas, voltando lá nas farmácias, Não sei quando nem como, mas eu cerquei e peguei o Flango-Flito.
Flango-Flito é o Pseudo que dou ao vírus que atualmente incomoda a humanidade e o qual, me recuso citar suas propriedades e nomes científicos.

Sintomas mais comuns da doença provocada por ele:
Febre = tive e o chuveiro foi meu aliado.
Tosse = tive e amenizei mascando folhas de hortelã e pastilha “Walda”
Cansaço = tive, mas não ao ponto de me derrubar ou me vencer.
Perda de paladar e ou olfato = tive e já acostumada, pois a Sinusite também provoca esses sintomas.

Sintomas menos comuns:
Dores de garganta = tive ao ponto de raspar e doer ao falar.
Dor de cabeça = tive e parecia que o tampo da cabeça ia ser abduzido.
Dores e desconfortos = tive no peito e nas costas na altura dos pulmões.
Diarréia = esse sintoma eu não tive, talvez pelo fato de ter constipação intestinal.
Irritações na pele, descoloração dos dedos dos pés/mãos = tive e ao coçar a pele esfarinhava... parecendo cobra perdendo a pele. Horrível!
Olhos vermelhos ou irritados = não tive somente olhos vermelhos avampirados, como também arremelados ao ponto de acordar com eles totalmente cerrados pelo acúmulo de remelas.

Sintomas graves:
Dificuldade para respirar ou falta de ar = tive falta de ar, mas leve e pelo fato de ter sinusite em estado avançado, passou desapercebido. Sintomas também apresentados por Sinusite.
Perda da fala = tive, e fiquei totalmente sem voz em questão de 2hs.
Mobilidade ou Confusão = Mobilidade, não lembro, pois tenho desgaste ósseo na Pelve e vez ou outra acontece de ter movimentos limitados, mas Confusão sim, pois eu queria chegar à cozinha e me vi no banheiro e isso aconteceu mais de uma vez.

Como tudo aconteceu:
Dormi sentada na cadeira durante o trabalho, mas achei normal, pois fazia umas 3 noites que não completava minha rotina de sono normal devido um problema no condomínio.

Fui acordada por duas vezes e, meio sem jeito me explicava o porque do meu sono descomunal.

Teve um momento em que tentei me conter e parar de tremer, porém em vão. Fui tomada de uma tremedeira em que parecia estar sendo chacoalhada por alguém ou coisa. Eu sentia um frio fora do comum que durou alguns minutos, até que um menino da Verdin disse afirmando que eu estava doente, pois não havia frio. Segundo ele o tempo estava até quente.

Então, chegou um amigo (também guardador) e colocando a mão na minha testa, disse confirmando que eu estava quente. Que eu me encontrava com febre e pediu quase mandando que eu fosse embora, mas passasse antes no médico.
Botei uma blusa meia-malha ali com eles. O que fez eles entreolharem de maneira maliciosa.

Me segurei por mais uma hora no trabalho e fui embora. Não lembro o que aconteceu nesse dia em casa. Só lembro de trancar a porta e apaguei. Aliás, teve trecho do meu percurso pra casa que fiz mecanicamente. Como que o instinto seguisse o curso diário no automático, se é que me entende!

Despertei: Olhos cerrados de remela, garganta seca, o Tinnitus estava infernal, e molhada, mijada?
Molhada literalmente e sentia sede, muita sede. Ia à geladeira, mas me encontrei sem nexo no banheiro. O que fazia eu no banheiro? Nem precisava, pois já havia feito na cama!

Outro fato: Sou extremamente econômica. Não costumo ligar todas as luzes de uma vez. Todo ambiente que abandono, ou seja, sempre que saio de um ambiente eu desligo a luz e agora as encontro todas acesas.

Dei meia volta e fui matar minha sede. Tinha restos de comida no prato na pia, mas não sentia cheiro. Tomei água, voltei ao banheiro e tentei lavar os olhos que pareciam cheios de uma mistura de areia e cola. Lavei muito, mas não conseguia enxergar a tela do Notebook.

Voltei pro quarto. Estava aérea, zen, movimentos limitados. Tudo que fazia tinha uma certa vagareza que me incomodava.
Juntei as roupas de cama, joguei num canto do quarto e forrei o outro lado da cama com parte da coberta e outra parte me cobri.

Balbuciei: Deus, nem vi a hora... Onde anda meu celular? Que hora será essa?

Queria muito saber as horas, mas o sono me dominou e me entreguei. Mais uma vez dormi profundamente.

Não sei quanto tempo depois, acordei. Os olhos ainda me incomodava muito, muito! A garganta doía e raspava e o ouvido zunindo.

Ainda devagar, fui à cozinha, tomei mais uma pipa d'água e ia voltar pra cama, mas resolvi tomar um banho, relaxar e comer alguma coisa.

Chegando no quarto, encontrei o celular do lado do notebook e puts... Totalmente inerte, descarregado.
Briguei com ele: - Até você tá ruim!!!
Conectei ele no carregador e olhei pela janela da cozinha. Tudo escuro. Tudo muito quieto na rua lá embaixo.

Fiz um omelete com dois ovos, uns tomatinhos cereja que tinha pego na feirinha orgânica e mais umas misturinhas. peguei um iogurte natural e liguei o notebook.

Poxa... tudo conspirando contra?
Notebook com data errada? não pude acreditar e liguei, mesmo no carregador o celular e vi que não tinha nada de errado com o Notebook.

Para minha surpresa constatei que eu havia apagado por exatamente 30 horas!!!

Havia chegado em casa não sei como e deduzo que por volta de 18hs, deitei, morri, aliás dormi e acordei dois dias depois por volta da 00hr. da manhãããã!!!

Refeita da surpresa, me recompus e organizei umas coisas. Preenchi planilha e me preparei para estar às 06:30, da manhã, ou seja, só um pouco mais e eu teria que trabalhar.

Eu até cogitei na mente que o que senti fosse os sintomas da sinusite com um grau mais elevado.
Mas, não descartei a idéia da praga que rodeia a terra nesses tempos de guerras invisíveis.

06:15hs, já a postos no trabalho e o dia transcorre maravilhosamente bem. Deus é Bom.

À tarde por volta das 15hs comecei ficar fanha, comecei perder a voz, porém isso não é raro quando passo perrengue e principalmente quando fico muito nervosa. Mas o fato é que não passei nervoso algum nesse dia e aquilo me intrigava.

17hs e eu totalmente sem voz, Incrivelmente muda. decido ir embora e me despedindo dos "Meninos Verdin" me deram algo que já esperava deles. Um carinho sem tamanho imaginado num Suco Detox.

SIM! Fui socorrida pelos "meninos Verdin” com um suco Detox a base de gengibre, limão, maçã e mel que me ajudou e muito na rouquidão e a primeira palavra pronunciada logo após e já dentro do ônibus de volta pra casa foi: DEUS!

Nesse dia levei pra casa uns trecos farmacêuticos muito cogitado pela mídia e fiz uso dos mesmos seguindo Bulas Informativas. Ainda falta tomar alguns, eu acho. Vida que segue...

Sinto muito, mas tinha que ser assim. Tinha que seguir minha vida, minha rotina.

Sinto não ter podido trocar idéias com pessoas que prezo muito e pessoas que amo. Não pude dividir com ninguém. Me desculpem! Não queria que me vissem como a "doente", a "leprosa" ou algo nesse sentido. Também não podia parar de trabalhar.

Segui orientações de higiene e respeitei os espaços, respeitei as pessoas. Mas, repito, não podia parar de trabalhar. 

Aos que me rodearam, de carinho, cuidados e amor nesse momento, serei eternamente agradecida e a Deus toda gratidão do mundo pela misericórdia concedida a mais uma chance de Vida!

E aos apressadinhos de plantão, antecipo: Não vivo sozinha porque gosto, mas curto muito mesmo morar sozinha e me viro muito bem assim.

Só não fui ao médico sozinha, pois com certeza teriam me entubado e penso que não estaria viva relatando minha experiência com esse Flango-Flito Maldito.

Fui fazer o famoso teste no posto de saúde e disseram que antes teria que verificar a situação da vacina.
Não saberei... Não esperei  acontecer.

No momento em que escrevo esse artigo três semanas já passaram-se do ocorrido, talvez seja psicológico, mas ainda sinto desconforto ao falar do assunto, fiz o teste ontem... Deu Negativo.

Natália Santos

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